Presidente da UVB condena filiação de vereadores à entidade de prefeitos

A presidente da União dos Vereadores da Bahia (UVB), vereadora Edylene Ferreira (PR), disse, na manhã desta sexta-feira (22), que vê com preocupação o desconforto que tem causado à União dos Municípios da Bahia (UPB) o trabalho da UVB de promover uma maior organização das Câmaras Municipais nos 417 municípios baianos.

Há cinco meses à frente da entidade – pleito vencido por 467 a 3 -, a presidente já visitou 180 Legislativos municipais, abrindo um diálogo com a Mesa Diretora dessas Casas e seus membros, e contribuindo para fortalecer a representação dos edis enquanto força política.

A vereadora de Serrinha compreende que à medida que os poderes Executivos e Legislativos – seja na esfera municipal, estadual ou federal -, no exercício de suas funções inerentes, se relacionam de forma harmônica e independente, se fortalecem mutuamente e toda a sociedade sai ganhando. “Quando instâncias de poder respeitam os princípios constitucionais da independência e harmonia, a democracia se fortalece e o maior beneficiado é o povo”, explica Edylene.

A edil entende que a sucessão de fatos que a política brasileira vem enfrentando nos últimos anos, provocando distorções como a judicialização e a demonização dessa importante atividade, acaba por exigir da classe política a adoção de novas posturas e a revisão de conceitos, notadamente por parte do comando das instituições.

“A sociedade tem nos exigido que abracemos novos valores na atividade política, sobretudo no papel de direção. Não cabe mais Câmaras de Vereadores serem meras secretarias de governos, que apenas chancelam decisões de prefeitos. É nosso dever buscarmos ser protagonistas dessa política renovada que a sociedade está a nos cobrar. Esta é a proposta da União de Vereadores da Bahia e o produto que vamos entregar à sociedade baiana até o último dia de nosso mandato à frente da UVB”, assegurou.

A vereadora defende o fim das práticas que atrofiam a independência dos Legislativos também nos âmbitos estadual e federal, uma necessidade que acredita ser plenamente possível. “Um exemplo é a Assembleia Legislativa da Bahia, presidida pelo deputado Angelo Coronel, que tem reiterado não abrir mão da altivez e independência da Casa. E tem estabelecido uma ótima relação com o Governo do Estado, bem como com a Prefeitura e a Câmara de Vereadores de Salvador”, ressalta.

Candidata mais votada de Serrinha nos dois últimos pleitos municipais, obtendo 1.595 votos nas eleições de 2012 e 1.319 em 2016, Edylene critica a proposta da União dos Municípios da Bahia de filiar vereadores à UPB. Ela considera uma tentativa de subordinação de um poder ao outro, caso os edis venham a ser apenas recolhedores de taxas na entidade, meras peças de adorno de gestão, sem qualquer poder político.

“E, se por sua vez, os vereadores tornam-se associados de verdade, logicamente que reivindicarão ter voz e voto. Vão desejar participar da vida política da UPB. E em sendo assim, também decidiriam sobre as suas instâncias de poder, inclusive a presidência da entidade?, questiona. Vejo como uma medida que não se sustenta à luz da coerência”, diz.

A União dos Vereadores da Bahia, salienta Edylene, está de portas abertas para dialogar com a UPB todo e qualquer tema que venha engrandecer a política do Estado, que busque valorizar o municipalismo, e ao encontro dos interesses dos baianos. “Acredito no bom-senso e na capacidade de fazer política do prefeito e presidente Eures Ribeiro. Estamos dispostos a sentar à mesa e encontrar o denominador comum para esse impasse”, enfatizou, a jovem liderança.

 

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